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Escrevo como a degustar palavras. Enólogo provando vinhos. A alma divaga, vaga, Por paraísos e infernos. Por estados diversos de excitação, De prosas tristes e versos. Vago entre flores perfumadas, De aromas exóticos. Louca abelha a colher do néctar e veneno, De cada uma delas. Corto-me esquartejando meu corpo, Em pedaços cada vez menores. Como formigas a destruírem plantas, Em seus afazeres e labuta. Caminho por sendas íngremes, Que levam a precipícios, Meus vícios, Medos, guardados segredos. Desvendo-me à luz de velas, De templos antigos, Castelos. Queimo-me de fogo em fogueiras, A relva queimando, Arde meu corpo corpo, como lenha, Acesa em brasa. A alma poeta, Repleta de perguntas, muda e calada, Segue um rumo. Sou ido, findo. Já fui paraíso, Não sou mais. Cheguei, é meu fim, Meu vôo final Já fiz. E no etéreo cosmo, Agora, Estou, Sou energia, apenas.
Mário Teixeira Maiode2001
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