Quando eu soube que deveria escolher um padrinho para participar da AVBL, não pensei duas vezes: José Carlos Rodrigues! Há pouco mais de um ano, quando nossos caminhos se cruzaram na internet, eu não me considerava uma poetisa (ou poeta, como prefiro dizer). Não, eu escrevia, isso era tudo. Mas então José Carlos me ensinou que o que eu escrevia tinha algum valor, não só para mim, mas para os outros. E aos pouquinhos fui começando a acreditar um pouco mais e hoje eu sei que estou mesmo nesse caminho e tenho a felicidade de tê-lo como parceiro de site. Em resposta ao meu convite para ser meu patrono ele disse: "Sabe,você me deixa muito honrado por ter me escolhido para seu padrinho. E eu estou muito agradecido, muito mesmo." Mas não... a honra é toda minha! Obrigada a você, de coração! |
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José Carlos Rodrigues - autobiografia
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Nasci paulista em Ituverava, no já distante ano de 1.951, em 10 de Novembro e sou o primeiro de três irmãos. Meu pai era um soldado da então Força Pública do Estado de São Paulo e a minha mãe, uma mulher dedicada aos afazeres domésticos. Naquele tempo, os soldados não moravam por muito tempo em uma mesma cidade, por filosofia da corporação. Isso fez com que eu só fosse para a escola aos oito anos. Foi um mundo que me fascinou logo ao primeiro contato , porque juntar aqueles sinais miudinhos e formar palavras parecia uma coisa muito bonita; mágica pura. Cursei fitotecnia em Franca, de 1969 a 1971, e exerci essa profissão por alguns anos. Enquanto fazia esse curso, cursava também o Clássico, de nível médio que não existe mais, mas que me deu uma boa base de língua portuguesa. Posteriormente formei -me em Economia Política em 1977. Fui funcionário público, na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo por algum tempo, mas nunca consegui me adaptar a uma vida acomodada. Daí, trabalhei em aviação agrícola, que me permitiu conhecer o Brasil, ou grande parte dele, fui assistente técnico em empresas de fertilizantes, vendedor técnico e supervisor de vendas. As letras sempre exerceram um forte fascínio sobre mim. Meu primeiro poema nasceu quando eu tinha doze anos, chamava-se Flores da Primavera porém não consigo lembrá-lo integralmente. Há bastante tempo, moro em Franca, no nordeste de São Paulo. Acho que a vida me deu bastante; já plantei muitas árvores, tenho uma linda filha e poemas publicados em uma antologia. Consigo tirar o melhor de mim quando escrevo; e isso é para mim como uma religião. Não gosto de injustiças de qualquer natureza, por isso, contestei sempre a política nacional e cheguei a ser detido em 1.968 por causa de um poema que lembrava liberdade como tema primeiro. Ainda assim, continuei a escrever. Hoje, meu tema central é o amor. Procuro falar dele com suavidade e singeleza, porém, sem vulgarizá-lo. Ao contrário do que se pensa, não é um tema muito fácil, porque já se disse tanto sobre ele, que se corre o risco cair no lugar comum. Bem ou mal, acredito que consigo escapar disso. Não sou pornô, não sou piegas, mas ainda acho que é bom falar ao coração e do coração. Sou um leitor voraz, e um aprendiz eterno. Acho que é isso. |
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