Carta à mamãe © Letícia Thompson |
Mamãe, me acontece de me sentir tão pequena! Quero colo, quero abraço, beijo-remédio... Ser grande às vezes me custa. Era bem mais fácil não ter problemas. Eu podia brincar na chuva, ser moleca, travessa, despreocupada. Se por acaso eu caísse, você estava sempre presente. A gente cresce e tem que aprender a se virar. Falta tempo pra tudo, pro jogo, pro abraço, pra não se preocupar. Hoje sou mãe também, mamãe! E só mesmo sendo mãe, aprendi o significado dessa palavra e todas as responsabilidades que ela acarreta. Se eu pudesse voltar atrás, te abraçaria mais, te beijaria mais, ficaria um pouco mais no seu colo sem pensar na vida, sem me preocupar ao menos no que vai ter para jantar. Mas é a minha vez!... e sou eu quem tento agora curar mágoas pequeninas das minhas crianças com beijos intermináveis, sou eu quem digo "não se preocupe, mamãe vai cuidar." Nem sempre sei que direção tomar, ou escolher as palavras exatas para consolar. Mas eu confio no meu coração, como você sempre confiou no seu. Obrigada, mamãe, pela vida! Nem sempre eu disse e acho que nunca direi o suficiente para agradecer por todas as vezes que você esteve presente. Digo agora e quero dizer sempre: eu amo você!
Letícia Thompson |
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