Saudade
©
Letícia Thompson
Começar o dia falando
de saudade faz bem.
Bem e mal ao mesmo
tempo. Mas é um mal
gostoso, desses assim
que a gente gosta de
sentir. Se sentimos
saudade é que tem
gente habitando nosso
coração, então já não
estamos sozinhos.
Criamos em nós e com
nossos relacionamentos
episódios da vida,
bons ou maus.
Escolhemos caminhos,
escolhemos pessoas,
escolhemos formas de
vida, maneiras e
jeitos e saímos por aí
vendo o nascer e o pôr
do sol. Nossas
escolhas presentes
condicionam nosso
futuro, como as do
passado condicionaram
o que vivemos agora.
Então, baseados nessas
experiências
vivenciadas, podemos
melhor selecionar o
que nos convém, o que
nos faz felizes, o que
nos torna melhores.
Ninguém pode e nem
deve viver de
arrependimentos, pois
esses envenenam a
vida. Mas tirando dele
o proveito, vamos
moldando nosso vaso
diário para que a vida
se torne, pelo menos a
nossa volta, mais
bonita.
Se o ser humano
entendesse o quanto o
seu poder é ilimitado,
ele choraria menos,
conseguiria mais. Mas
esse poder nada tem a
ver com força física,
é algo que vem de
dentro pra fora, como
a água da fonte que
jorra e mata a sede. E
cada minuto do dia
podemos decidir que
será melhor, podemos
decidir que
dividiremos com alguém
para sairmos
acrescentados,
deixaremos neles e
carregaremos em nós
pedacinhos de bons
momentos, esses que
costumamos chamar de
saudade e que rima tão
bem com felicidade...
Letícia Thompson
contact@leticiathompson.net