Pagando com a
mesma moeda
©
Letícia Thompson
Viver não
exige de nós tanto esforço. Mas sentir a vida e prová-la nos seus mínimos
detalhes, isso sim, exige que sejamos mais que seres viventes que respiram.
E
desejamos crescer sempre. Desejamos ser bons, melhores e não raro,
superiores. Só que a noção de como chegar a um ponto alto é muitas das vezes
distorcida ou mal compreendida. Assim, fazemos exatamente o contrário e nos
julgamos inteligentes.
Numa
briga ou desentendimento com uma ou mais pessoas, fala mais alto não quem
levanta a voz, mas quem sabe controlar-se para revidar com sabedoria. Nunca
pensamos que quando gritamos com uma pessoa que grita conosco ou apontamos o
dedo para quem nos aponta, estamos nos colocando não num grau de
superioridade, mas exatamente no mesmo nível que ela, lá embaixo.
E quanto
mais gritamos, mais descemos; quanto mais palavras ásperas usamos, mais
caímos, menores ficamos.
Ninguém
pode sentir-se superior por pisar em ninguém; ninguém pode sentir-se melhor
por pagar com a mesma moeda quando isso significa render mal por mal.
Devemos
dar de nós sim, mas somente aquilo que as pessoas podem pegar e construir
algo positivo; nossa parte humana e pequena, nossos defeitos e nossos
pecados pertencem a nós e é a busca da melhoria do nosso eu que vai fazer
com que diminuam em nós.
Nada mais
desconcertante do que um gesto de amor quando é exatamente o contrário que
se espera.
Diz a
Bíblia no livro de Provérbios que quando pagamos o mal com o bem amontamos
brasas na cabeça do outro e ainda é acrescentado que com isso o Senhor nos
recompensará.
Que a
partilha da nossa vida seja da nossa parte mais bonita, aquela que ama, que
sabe agir com sabedoria no momento certo, que sabe manter-se grande mesmo
nos momentos onde ser grande exige de nós o esforço da renúncia do nosso eu,
do que julgamos saber e conhecer.
Letícia
Thompson
contact@leticiathompson.net
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