O cordão
umbilical
©
Letícia Thompson
Deus é perfeito e
faz tudo com perfeição!
Costumo dizer que
todas as lições que precisamos
aprender para bem viver estão nas
coisas simples da vida. É suficiente
abrirmos os olhos, que sejam físicos,
que sejam do coração.
Uma criança está
ligada à mãe pelo cordão umbilical em
um tempo normal de nove meses. Passado
esse período, essa ligação já não é
mais benefício, mas, ao contrário,
representa um perigo de vida para os
dois.
É maravilhoso
perceber que Deus estabeleceu um tempo
para que um novo ser humano possa
começar sua independência.
Há pais que vivem
a vida inteira e não se dão conta
disso. Eles querem carregar seus
filhos nas costas, a fim de evitar
sofrimentos e pensam fazer isso por
amor. Mas o que é amar?
Amar é saber a
hora certa de cortar o cordão
umbilical. Fazendo tudo por nossos
filhos, nós os sufocamos e os deixamos
despreparados para a vida. Nosso medo
é que eles sofram. E daí? Quem não
sofre? Quem pode evitar esse caminho?
Amar não é correr
o tempo todo atrás das nossas crianças
para evitar que caiam, mas estar ao
lado delas cada vez que caírem para
sanar os ferimentos e dar apoio, um
abraço, um beijo, uma simples
presença.
Deus, que é nosso
Pai maior e conhecedor de todas as
coisas, também permite que passemos
por caminhos difíceis, às vezes mesmo
quase insuportáveis e Ele não nos ama
menos por isso. Nós damos muito mais
valor às coisas que obtemos com
dificuldade e o Senhor sabe disso.
Mesmo Jesus conheceu a fome, sede, dor
e angústia. E Ele é o Filho do Rei,
ele é perfeito...
Amar não é
construir no lugar dos nossos filhos,
é ensiná-los o valor de construir e o
prazer de ver o resultado. É
ensiná-los que a vida não nos oferece
tudo e que na maioria das vezes
precisamos lutar para alcançar as
coisas, precisamos passar por
sacrifícios, nos resignar e aceitar
que não somos perfeitos, mas que
dentro da nossa imperfeição, podemos
dar o melhor de nós.
Não podemos criar
nossos filhos numa redoma de vidro,
por que não somos eternos e por que
isso seria injusto para eles. Crianças
superprotegidas serão adultos mancos
para a vida toda e correm o risco de
sofrer muito mais do que aqueles que
cedo aprenderam que não importa se a
gente cai e se machuca, a gente se
levanta sempre e pode recomeçar cada
vez.
Às vezes o maior
presente que podemos dar aos nossos
filhos é deixar que caminhem sozinhos,
que façam suas experiências, que
experimentem as lágrimas e o gosto do
sal, as decepções das derrotas e o
grandioso sabor das vitórias.
Amar é libertar.
Mesmo se isso dói em nós...
Letícia Thompson
contact@leticithompson.net
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