Temos o direito de errar ao longo da nossa
vida. Guiados pelo coração ou emoções que controlam o que nosso juízo deveria
controlar, vamos de tropeço em tropeço. Não estamos condenados eternamente
porque somos humanos.
O que não podemos, portanto, é repetir vezes e
vezes os mesmos erros e achar a cada vez que tudo pode ser justificado. Errar?
Pecar? Faz parte, infelizmente, do caminho, da quota de cada um.
Quando cometemos nossos deslizes e que a vida nos dá uma nova
oportunidade de recomeçar, é loucura pensar que o perdão nos é devido
indefinidamente e querer, de forma absurda, atingir o setenta vezes sete.
Cada pessoa e cada coisa tem seu limite. Repetir erros e enganos contra os que
nos amam simplesmente porque sabemos que um coração que ama sabe perdoar, é
abusar da confiança que depositam em nós, é desrespeitar o outro como pessoa.
Suportar e suportar erros em nome do amor pode parecer heróico. O perdão
é algo que exige de nós uma força quase inhumana e sabemos bem que para
realmente perdoar precisamos abandonar o nosso eu que pede justiça.
Mas
não temos o direito de brincar com os sentimentos dos outros e nem permitir que
brinquem com os nossos. Deslizar e cair uma vez, duas, pode acontecer, mas à
partir do momento que isso se torna um hábito é que algo está muito errado.
Devemos aprender a dizer "não" quando isso significa reinvindicar o respeito
próprio.
Cada um tem o direito de viver com dignidade e não podemos ser
nada para o mundo se já não somos capazes de nos olhar no espelho e sustentar
nosso próprio olhar.
Ame o
mundo e ame ao outro. E ame-se também, assim como amou e ama Aquele que te
criou.
Perdoe e perdoe-se! E não pare no caminho, nem olhe para trás. Há
diante de nós um Éden que nos espera e devemos viver de maneira a sermos dignos
de passar por essa porta.