Só o verdadeiro amor sabe
©
Letícia Thompson
Temos todos essa enorme capacidade de absorver do mundo o que nos é conveniente e ignorar o que não nos convém. Vemos o que queremos ver, ignoramos o que queremos ignorar, somos capazes de ouvir sem ouvir e ver sem enxergar.
Nos criamos voluntariamente ilusões, mergulhamos no silêncio ou nas nuvens quando isso nos é conveniente. E nos apaixonamos quando a alma, carente, tem sede.
Melhor, muito melhor viver dos sonhos que da dura realidade. Neles tudo é perfeito, sem máculas, sem as dores que nos fazem acordar.
É a rotina que mata as verdadeiras relações e, sem querer encontrar uma desculpa para os desvios sentimentais, faz com que as pessoas anseiem por algo além.
Salvo exceções, o romantismo desaparece com o tempo. Os príncipes já não são assim tão cavalheiros e as princesas voltam pra casa bem antes do toque da meia-noite.
O que vemos todos os dias, vemos há tanto tempo que já nem percebemos mais.
Ai!...
Quantos
enganos
e
desenganos
porque o
coração
não
soube
olhar
para o
interior
de si
mesmo!
Quantas
noites
perdidas,
carinhos
recusados,
desejos
sufocados,
porque
as
pessoas
se
esquecem
de
guardar
a magia
de um
amor que
chegou
um dia!
Somos
todos
abertos
aos
sonhos,
senão a
vida
seria um
caminhar
sobre
pedras.
Temos
todos,
confessado
ou não,
esse
pedacinho
de
romantismo
dentro
de nós
que ora
aflora,
ora se
esconde.
Mas esse
romantismo
deve nos
deixar
abertos
aos
sonhos e
construção
de um
relacionamento
bonito,
não deve
nos
perder.
Não
são as
coincidências
que
encontramos
em toda
nova
relação
que nos
provam
os
sentimentos
reais e
sim as
divergências
que
sabemos
ver com
maturidade
e as
quais
tentamos
resolver.
Quem ama
machuca
e
machuca-se
vez ou
outra e
isso é
inevitável,
porque
justamente
são os
que
amamos
mais que
possuem
maiores
poderes
sobre
nosso
coração.
As
roseiras
sem
espinhos
são
manipulações
do homem
e muitos
relacionamentos
são
manipulações
do nosso
eu que
busca de
forma
desesperada
sonhos
perdidos.
Quanto
mais
sonhamos,
mais nos
distanciamos
da
realidade
e maior
será a
ferida
quando
dia ou
outro
precisaremos
acordar.
Só o verdadeiro amor sabe continuar inteiro depois de ter sofrido as provações destinadas a ele. E esse que não se quebrou é o que realmente vale a pena.
Ele não é uma idéia, é um sentimento, é a voz da alma, é o que não sabemos explicar, mas que pulsa assim mesmo. Ele vê, abre-se e aceita. Ele dói e sangra, mas segue em frente, vence os anos e as diferenças.
Duas ou
três
vezes
mais
olhe
para o que
você tem
nas
mãos!
Acorde
de
mansinho
o
romantismo
escondido
no seu
coração
e dê uma
oportunidade
a ele.
Se
preciso,
reaprenda
a arte
de
seduzir
e vá ao
encontro
daquele
amor que
conhece
seus
pormenores,
aquele
que sabe
suportar
seu mal
humor e
cara da
manhã
seguinte.
Aquele
que te
conheceu
doente e
feliz e
te deu a
mão para
atravessar
uma
estrada.
A vida
não é
feita de
sonhos,
mas
muitos
dos
nossos
sonhos
podemos
oferecer
à vida.
Isso só
depende
de nós.
Letícia
Thompson
contact@leticiathompson.net
|