De igual para igual

 © Letícia Thompson

 

Não existem dois seres humanos absolutamente iguais. Não existem dois seres humanos que amam absolutamente igual ou odeiam de igual maneira. E todos querem ir além, atravessar as barreiras da vida e sobreviver para fazer a diferença no mundo.

Só que às vezes nesse desejo de ir além, mostrar quem somos e do que somos capazes, pecamos com nossas atitudes que produzem efeito contrário daquilo que esperamos.

Quando rebatemos um comportamento negativo com outro comportamento negativo somente para dar o troco, não só não mudamos a situação, como nos colocamos no mesmo nível daquela pessoa. Quando trocamos o ódio pelo ódio, a indiferença pela indiferença, o desprezo pelo desprezo, a vingança pela vingança, não mudamos nada no positivo, apenas contribuímos para que o mundo continue no caos que está.

Há pessoas que não falam porque não falam com elas, não abraçam porque não são abraçadas, não beijam porque não as beijam e não amam simplesmente porque não se sentem amadas. Há os que ferem voluntariamente porque se sentem feridos e depois querem ver a situação mudada.

Será que ainda não compreenderam que se o amor gera o amor, o ódio gera o ódio? O amor pode superar todas as coisas, mas o ódio só pode superar o ódio para causar a destruição.

Precisamos amar as pessoas mesmo se elas não nos amam, porque as amamos independente delas, porque colocamos para fora aquilo que existe dentro de nós. Precisamos fazer a diferença sendo diferentes e se devemos buscar um sentimento de igualdade, que seja então no amor, na compreensão, no entendimento.

Mesmo se não conseguimos esquecer uma mágoa que deixou cicatrizes no nosso coração e se as sombras do passado voltam com insistência, podemos produzir em nós o antídoto que conduzirá à nossa cura.

Um jardim que produz ervas daninhas continuará produzindo e será todo tomado se o jardineiro não tiver o cuidado de arrancar e jogar fora de vez em quando.

O ódio, vingança, sentimento de desprezo, são sentimentos que nos maltratam mais que a qualquer outra pessoa que convive conosco. E elas afastam de nós as outras pessoas.

Aqueles que querem ser amados devem produzir o amor. Eles devem respirar e transpirar o amor.  Esses terão em torno de si  aquela aura de paz que os tornarão únicos, especiais e inconfundíveis.

 

Letícia Thompson

contact@leticiathompson.net

 
 
    
 

 

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