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Com o coração © Letícia Thompson |
"Nunca se verá bem sem o coração; o essencial é invisível para os olhos" Esta frase, imortalizada por Antoine de Saint-Exupéry, é na verdade un grande ensinamento bíblico. Ver com o coração é ver mais que ver com os olhos físicos; é ver com os olhos da alma. É olhar fundo, bem além da aparência. Com freqüência julgamos pessoas pelo que vemos de imediato: bonita, feia, simpática ou não, vestida ou mal-vestida. Julgamos povos e julgamos costumes. Tudo isso através do que os nossos olhos vêem, nunca através do que nosso coração nos mostra. Muitas vezes quando encontrarmos casais que pensamos desencontrados (quem nunca pensou encontrar?!), estamos pré-julgando, até mesmo sem má intenção. Na verdade, o que liga pessoas assim é que elas vêem cada um no outro o que outras pessoas não vêem. Elas vêm o interior. É por isso que para o amor não existe justificativa, pois esse não conhece outros olhos além dos do coração. Antes de julgar que conhecemos alguém, que conhecemos um certo de tipo de povo, deveríamos fechar nossos olhos físicos e abrir os da alma. É bem provável que tivéssemos muitas surpresas. Provavelmente encontraríamos muito mais pessoas bonitas no nosso caminho do que podemos supor. Porque no fundo, não existe cor, idade, raça ou sexo. Cada coração é capaz de se emocionar, de amar, de sentir. Todas as pesssoas possuem necessidades e muitas vezes carências. Tanto o sorriso quanto as lágrimas são linguagens comuns à qualquer povo, de qualquer cor, raça ou classe social. São os únicos meios de comunicação universal. Viajando em qualquer país, em qualquer continente, um sorriso vai ser sempre um sorriso, uma lágrima nunca vai deixar de ser uma lágrima. Deveríamos fazer mais confiança ao nosso coração que aos nossos olhos. Deveríamos dar uma oportunidade a mais a cada pessoa que cruza nosso caminho antes de etiquetá-la. Aliás, nem deveríamos etiquetar ninguém, pois o que eu não vejo, talvez um outro verá. E todo mundo merece uma segunda chance, todo mundo merece ser "visto" antes de ser olhado.
Letícia Thompson |
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