Até no riso tem dor o coração©
Letícia Thompson
Por que até nos mais altos
graus de felicidade o coração continua inquieto? Por que não podemos aceitar
simplesmente a alegria e abraçá-la com todo nosso corpo e com toda a nossa alma?
A felidade dá medo, não dela
mesma, mas de não ser real, de ser demais, de ser um sonho... por isso tanta
inquietação nos momentos que poderiam ser vividos como se os outros não mais
existissem, por isso o olhar pra trás pra ver se a tristeza não seguirá o mesmo
caminho, não virá estragar esse tão esperado bocado de alegria.
E por que ficamos nesse
estado de expectativa é que não tomamos posse total daquilo que recebemos. Parte
de nós se alegra e outra vigia, olha de lado, espera até, para que depois nos
sintamos reconfortados no nosso desejo de ter razão.
Deus não nos dá presentes
pela metade. Aquilo que nos oferece, oferece inteiramente e se não aproveitamos
plenamente daquilo que recebemos é porque nós mesmos estragamos isso com nossas
dúvidas e incertezas. Abrimos nosso coração e deixamos nele uma janela
aberta para ver voar nossa alegria. E ainda nos consolamos depois dizendo que a
vida é assim.
Não... a vida não é assim!
Nós a fazemos!
As pessoas mais felizes são
aquelas que bebem o riso e se sustentam desse momento presente como se amanhã
nunca fosse chegar. Elas pegam de cada dia aquilo que recebem, selam cada noite
e cada manhã com uma oração de agradecimento e bastam-se.
Devemos aprender que a vida
não é uma fatalidade, embora existam momentos fatais. A alegria não é irmã gêmea
da dor e o riso não dá a mão ao choro. Somos nós os responsáveis desse estado de
espera, nós que atraímos pra dentro aquilo que repudiamos.
Aquele que quer ficar doente,
fica doente, aquele que quer curar-se, cura-se. O que tem fé vai muito longe e o
que aproveita da vida, come, bebe e dorme e ainda é coroado com lindos sonhos.
Letícia Thompson
contact@leticiathompson.net
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