Não
é
tão
difícil
amar
ou
fazer-se
amar,
pois
há
sempre
algo
que
brilha
em
alguém
que
vai
certamente
ofuscar
um
outro.
Nem
sempre,
portanto,
em
direção
vice-versa.
O
difícil
no
amor,
uma
vez
instalado,
é
dar
continuidade
a
ele,
fazê-lo
durar,
ir
além
das
descobertas
do
verdadeiro
eu
de
cada
um,
tão
bem
disfarçado
durante
o
tempo
de
conhecimento.
O
amor,
a
princípio,
nos
dá
essa
idéia
de
eternidade,
do
ninguém
mais
me
fará
tão
feliz
e
do
não
saberei
viver
sem
você.
E
não
raras
vezes
descobrimos
que
essa
eternidade
é
muito
curta,
por
que
o
amor
não
soube
ir
além,
não
soube
guardar-se
da
dura
realidade
de
cada
um,
do
dia-a-dia
que
tortura
com
suas
dificuldades.
É
fácil
amar
para
sempre
quando
tudo
é
bonito,
cheio
de
promessas,
mas
amar
quando
as
dificuldades
chegam,
quando
é
preciso
tirar
a
cabeça
das
nuvens
e
colocar
os
pés
no
chão
e
os
problemas
arrebatam
o
sono
e
os
desejos,
isso
sim
é
difícil.
Para
os
tantos
que
não
aprenderam
a
fazer
durar
o
amor,
o
que
deveria
unir,
pois
dois
são
certamente
mais
fortes
que
um,
acaba
separando.
É
assim
que
chegam
as
culpas,
desculpas.
Queremos
que
o
outro
continue
sendo
o
outro
quando
já
não
somos
os
mesmos...
Amar
e
dar
continuidade
ao
amor
é
dar
as
mãos
a
ele,
abraçar
mais
quando
é
de
força
que
precisamos,
compreender
por
dois
quando
o
outro
parece
mais
frágil,
estar
do
lado,
estender
o
braço, redobrar
as
forças,
o
carinho,
a
afeição
e
segurar
a
mesma
tábua
para
atravessar
as
águas
turbulentas.
O
amor,
para
que
cresça,
continue,
permaneça,
pede
apenas
um
pouco
de
compreensão
e
exige
de
cada
um
a
humildade
do
saber-se
não
perfeito
e
amar
o
outro
ainda
mais
quando
as
nuvens
encobrirem
o
céu
dos
dois.
O
verdadeiro
amor
exige
acima
de
tudo
o
dar
as
mãos,
o
estreitar
cada
vez
mais
os
laços
do
coração.