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                                                A 
                                              idade madura 
                                              
    
                                                                                                
     © 
    Letícia Thompson 
                                                                                                
                                                                                                   
                                              Uma das 
                                              vantagens da idade madura não é, 
                                              creiam, a maturidade. É que nossos 
                                              olhos já viram muito mais e quando 
                                              olhamos para trás os caminhos 
                                              parecem muito mais longos, mesmo 
                                              se temos a impressão que os anos 
                                              se passaram na velocidade da luz. 
                                              Temos em 
                                              nós as experiências que se foram 
                                              agarrando às nossas células, 
                                              moldando nossa personalidade, nos 
                                              fazendo rir de nós mesmos e de 
                                              nossas certezas de antes, hoje não 
                                              tão certas assim. 
                                              Há quem 
                                              pense, com o passar dos anos, 
                                              estar velho para muita coisa. Mas 
                                              essas pessoas se esqueceram de 
                                              aprender algo: nunca se é velho 
                                              para a vida! Ninguém vive demais, 
                                              as pessoas simplesmente vivem, 
                                              jovens ou idosas. 
                                              Na idade 
                                              madura, percebemos claramente o 
                                              quanto mudamos, as fotos não negam 
                                              e nossas reações diante de fatos 
                                              similares nos ensinam muita coisa.
                                               
                                              Eu, por 
                                              exemplo, aprecio hoje o silêncio e a 
                                              calmaria, quando antes isso não 
                                              tinha tanta importância. Gosto de 
                                              terra, de mato, flores, cidades 
                                              antigas e velhas histórias. 
                                              Aprendi 
                                              com os anos a beber o silêncio e 
                                              beneficiar dele nas minhas 
                                              meditações, a entrar dentro de mim 
                                              mesma e ver o que as barreiras do 
                                              som me impedem em outras ocasiões. 
                                              Sorrio comigo e a paz me oferece 
                                              suas mãos. 
                                              Não sei 
                                              que medida de vida Deus me dará, 
                                              se ainda dez, vinte, trinta anos 
                                              ou mais. Mas eu sei que o proveito 
                                              para minha vida eu tiro no dia de 
                                              hoje, que os anos podem trazer 
                                              marcas, rugas e cicatrizes, mas 
                                              não envelhecerão minha alma. 
                                              Sei que 
                                              posso dançar ao ritmo do meu 
                                              coração, que posso amar e ser 
                                              amada, que posso sonhar e voar bem 
                                              alto e, quando necessário, pousar 
                                              em algum lugar. 
                                              Sei que 
                                              ainda vou chorar algumas vezes e 
                                              rir muito em outras e que ambas as 
                                              coisas fazem parte do caminho que 
                                              Deus preparou para mim. 
                                               
                                              Sei que 
                                              se amanhã ou depois eu não tiver 
                                              ainda chegado ao meu lugar sonhado, 
                                              meus sonhos me terão feito viver 
                                              duas vezes mais, terão tirado meus 
                                              pés da terra quando caminhar me 
                                              fazia mal e que sonhar não vale 
                                              somente a pena, vale todas as 
                                              penas do mundo! 
                                                
                                              Letícia 
                                              Thompson 
                                              
                                              
                                              contact@leticiathompson.net     |